Ecstasy muda a função cerebral.
Investigadores norte-americanos usaram exames de ressonância magnética para comparar a resposta do cérebro ao estímulo visual, em voluntários saudáveis entre os 18 e os 35 anos, que tinham usado ecstasy, não nas duas semanas antes do estudo, e pessoas que nunca tinham utilizado esta droga.
Os utilizadores de ecstasy que foram mais expostos à droga durante a vida mostraram uma maior activação em três áreas do cérebro associadas com o processamento visual. Isto sugere que o uso de ecstasy está associado à perda da sinalização de serotonina, resultando numa activação aumentada ou hiper-excitabilidade do cérebro, apontaram os cientistas responsáveis pelo estudo.
A hiperexcitabilidade indica uma perda de eficácia do cérebro, o que significa que processar a informação ou executar uma tarefa envolve mais energia do cérebro. Nos participantes que tinham usado ecstasy durante mais de um ano, a activação do cérebro não voltou ao normal após a estimulação visual utilizada no estudo.
"Acreditamos que esta mudança na excitabilidade cortical pode ser crónica, duradoura ou mesmo permanente", disse, Ronald Cowan, professor associado de psiquiatria.
Nos EUA, estima-se que cerca de 14,2 milhões de pessoas, desde os 12 anos, usem ecstasy nalgum momento das suas vidas. De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde de 2009, cerca de 760 mil pessoas tinham usado a droga durante o mês antes de serem inquiridas.